domingo, 15 de julho de 2012

Arquitetura e Cultura

Entre arquitetura e cultura não há relação entre termos distintos: o problema diz respeito apenas à função e ao funcionamento da arquitetura dentro do sistema. Por definição, é arquitetura tudo o que concerne à construção, e é com as técnicas da construção que se intui e se organiza em seu ser e em seu devir a entidade social e política que é a cidade. Não só a arquitetura lhe dá corpo e estrutura, mas também a torna significativa com o simbolismo implícito em suas formas. Assim como a pintura é figurativa, a arquitetura é por excelência representativa. Na cidade, todos os edifícios, sem exclusão de nenhum, são representativos e, com frequência, representam as malformações, as contradições, as vergonhas da comunidade. É o caso das montanhas de refugos arquitetônicos que a especulação descontrolada acumulou nas cidades e a cujo respeito se diz com demasiada frequência que não são arquitetura — mas são, e são arquiteturas representativas de uma infeliz realidade social e política.

Dentro do sistema cultural urbano, a arquitetura tem uma figura disciplinar complexa e não muito diferente da figura da língua: é uma disciplina autônoma mas, ao mesmo tempo, constitutiva e expressiva de todo o sistema. Também por essa razão querendo-se dar da arquitetura uma definição coerente com as coisas que faz e de que se ocupa, é preciso dizer que ela forma um só todo com a cidade, de modo que tudo o que não funciona na cidade reflete, em última análise, os defeitos da cultura arquitetônica ou revela sua incapacidade de preencher suas funções institucionais. Sem falar, além disso, dos arquitetos que, colocando-se a serviço da especulação, traem a ética não apenas da disciplina, mas também da profissão.

Com relação à cidade, a arquitetura sempre teve funções de gestão, tendo determinado, alternadamente, sua estrutura e sua figura. A cidade “ideal, surgida da suposta onipotência de um príncipe, é uma ficção mais política do que arquitetônica: nenhuma cidade jamais nasceu da invenção de um gênio, a cidade é o produto de toda uma história que se cristaliza e manifesta. O que interessa não é tanto a fundação, em geral lendária, quanto seu desenvolvimento, ou seja, suas mudanças no tempo. E essas mudanças não obedecem a leis evolutivas, são o efeito de um antagonismo entre vontade inovadora e tendências conservadoras. Uma das contradições do nosso tempo está no fato de que as forças políticas progressistas tendem a conservar e as forças políticas conservadoras a destruir o tecido histórico das cidades.

O caráter orgânico do sistema urbano é dado, em todo caso, pela história, mesmo quando a cidade nasceu há pouco tempo e tem uma história breve. De fato, a ideia que temos da cidade e que, por enquanto, não foi mudada, é a de um acúmulo cultural que dá ao núcleo a capacidade de organizar uma área mais ou menos extensa do território. Sem esses pontos de concentração e irradiação cultural, não é concebível, até hoje, nenhuma forma de organização do ambiente.

Desde a antiguidade mais remota, a cidade configura-se como um sistema de informação e de comunicação, com uma função cultural e educativa. As viagens de Telêmaco ao Egeu demonstram que, já na época de Homero, a cultura era considerada, acima de tudo, conhecimento das cidades. Os monumentos urbanos tinham uma razão não apenas comemorativa, mas também didática: comunicavam a história das cidades, mas comunicavam-na em uma perspectiva ideológica, ou seja, tendo em vista um desenvolvimentos coerente com as premissas dadas.

Não só também a cidade moderna é um sistema de informação e comunicação, como se integra em uma cultura reduzida, ou em vias de reduzir-se, a nada mais do que um sistema de informação e comunicação. O processo em andamento é o da transformação estrutural da cultura de classe em cultura de massa, isto é, uma cultura cuja grande estrutura é, justamente, a informação. As perguntas que nos fazemos, portanto, são as seguintes: haverá e como será uma arquitetura de massa? A cultura de massa, reduzida a circuito de informação, é conciliável com a historicidade constitucional da cidade? E, em outro plano, é possível uma passagem, nem traumática, nem destrutiva, do sistema da história ao sistema da informação?

Mas, antes de tudo: quer-se ou não se quer conservar a cidade como instituição, isto é, como modelo de agregação social ao redor de um núcleo cultural? De um lado, há a condenação unânime da megalópole, confirmada pelos maiores expoentes da arquitetura do nosso século: há o Buchanan Reporta, que demonstra cientificamente o que o dinamismo da cidade industrial não pode caber nas estruturas das cidades pré-industriais e, com maior razão, mais antigas; há, enfim, a irritante experiência diária do tráfego motorizado que força e, com frequência acaba provocando a ruptura da rede viária urbana. De outro lado, porém, há a ideia do caráter insubstituível do instituto urbano na presente condução cultural. O capitalismo protesta contra a conservação da ordem histórica dos centros urbanos, mas não renuncia a colocar neles seus próprios organismos dirigentes. Evidentemente, ele necessita de um prestígio cultural (e político) que só a grande cidade lhe pode dar. Do mesmo modo, as forças políticas que combatem o capitalismo (afirmando que a passagem para uma sociedade de massa deve ser feita como processo histórico) precisam de um potencial do proletariado que só é possível ter nas grandes cidades. Todos estão de acordo quanto a não-eliminação da cidade como instituto histórico e como realidade social; todos reconhecem que é preciso assegurar à cidade uma dimensão humana; todos admitem que um novo boom demográfico e a passagem das metrópoles de poucos milhões para várias dezenas de milhões de habitantes seria uma catástrofe não apenas urbanística, mas também ecológica.

Na situação atual, parece absolutamente certo que o instituto da cidade está destinado a sobreviver, que para sobreviver terá de reformar-se e que é a arquitetura que o deverá reformar, desde que consiga impor a sua ética e a sua lógica disciplinares aos grupos que detêm de fato o poder de decidir a sorte das cidades. É preciso, portanto, que pare de considerar a arquitetura como uma das “belas artes” e se reconheça que é a primeira das técnicas urbanas, à qual, portanto, cabe toda a responsabilidade da gestão da cidade e de suas transformações.

 É certa que a história da arquitetura moderna não é apenas a história de sua ignominiosa redução a técnica de exploração. Há muitos arquitetos que deram instruções exatas para a utilização racional dos espaços urbanos, projetaram e às vezes até construíram edifícios que têm valor de modelos. A arquitetura moderna também tem suas obras-primas, mesmo em se tratando de lugares, para o trabalho e para a habitação econômica, e não de monumentos. Os grandes arquitetos foram escassamente ouvidos, mas não há dúvida de que não propuseram a conservação em lugar de desenvolvimento, propuseram, sim, diversos modelos e tipos de desenvolvimento. O que tornou impopulares e, durante o fascismo e o nazismo, os expôs até mesmo à perseguição política foi a lógica elementar pela qual afirmavam que as habitações dos trabalhadores deviam ser feitas para os trabalhadores e não para o lucro dos proprietários das áreas e dos empreendedores. Também eles sabiam que a cidade é um sistema de informação e comunicação e que a cultura moderna não é mais do que um sistema vasto, porém homogêneo, de informação e comunicação. Contudo, eles não se perguntaram se o advento de uma cultura de massa implicaria necessariamente a revogação das autonomias individuais e renúncia a qualquer capacidade de reflexão e decisão. Em outras palavras, esses mestres propunham-se enfrentar e resolver uma crise da qual muitos outros queriam se aproveitar, piorando-a.

Os arquitetos que trabalharam entre as duas guerras — quer se trate de Le Corbusier, quer de Wright, de Gropius e Mies van der Rohe ou de Aalto — tinham consciência de estar ainda ideologicamente ligadas às premissas filosóficas do Iluminismo e da Revolução Francesa. Lealmente, esforçavam-se para levar até o fim o apenas iniciado e logo reprimido processo de secularização da cultura e, portanto, também da arquitetura. Contestaram o mito ou a metafísica do arquiteto demiurgo, que repete o ato criador de Deus para que sirva de modelo aos mortais no prosseguimento da obra da criação; declinaram a missão pantocrática de impor à vida dos homens a ordem e a harmonia do divino; compreenderam que, como leigos da cultura, deviam fazer tábua rasa não apenas de uma longa tradição, mas também da linguagem formal com a qual se revelava e comunicava aquela mensagem sobrenatural. Percebiam que, livres da obrigação de adaptar a arquitetura à lei da gravidade, livres também do que parecia a imutável relação entre formas e matéria, a dimensão do espaço não tinha mais outro limite a não ser o de uma técnica em rápido, corajoso progresso. Já não podiam subordinar seu trabalho, que queriam que fosse de pesquisa engajada, a qualquer princípio de autoridade. E, para a arquitetura, o princípio de autoridade constante e imperioso era o classicismo, com sua morfologia condicionada pela transposição da lei cósmica da gravidade dos corpos à estática da arquitetura. A arquitetura moderna, enfim, libertava-se da representatividade como a pintura dos mesmos anos se ia libertando da figuratividade.

 Era lógico que o racionalismo arquitetônico se apresentasse como rígida antiiconográfia, visando reconduzir a arquitetura ao grau zero da linguagem, onde se reafirmava uma inalienável racionalidade de fundo, quase uma moral geométrica, mas excluíam-se, como o dogmatismo formal do classicismo, todas as possíveis morfologias, tipologias, sintaxes e estilísticas da arquitetura. É verdade que houve outros arquitetos, entre os maiores, que contestaram o racionalismo geométrico como demasiado cartesiano (a mesma objeção levantada contra o Cubismo). Mas, quando se contrapõe Wright a Gropius ou a Mies, não se contrapõe de forma alguma a criatividade ao cálculo; ao contrário, a crítica que no fundo se faz ao racionalismo é ter-se limitado a reduzir e não ter violentamente derrubado o classicismo. Tem indiscutível razão Zevi, quando diz que a arquitetura moderna não pode deixar de ser intrínseca, fundamentalmente anticlássica; mas a liberdade conquistada contra o sistema de prescrições e censuras, que devia fazer da arquitetura a representação do poder, não é de forma alguma liberdade criadora, é a reivindicação de uma autonomia disciplinar plena, ou seja, da necessária e profunda renovação das metodologias de projeto. Por outro lado, infelizmente, não é só na arquitetura que, nesse angustiante fim de século, não se conhecem liberdade que não sejam sofridas, atormentadas, sempre incompletas libertações de todas as repressões e censuras, externas e internas.

 Não por moralismo, mas pela insuperável contradição, decerto não é mais possível iludir-se de que a criação artística possa florescer em um mundo que viu duas guerras assustadoramente destrutivas e teme ver uma terceira pior. E que sentido o pode ter projetar, se não é possível nenhuma previsão? Não é mais razoável, talvez, e profissionalmente mais correto, reduzir a arquitetura ao grau modesto de prestação técnica de responsabilidade limitada, compensando depois a imaginação mortificada com uma carta branca para fantasiar utópicas cidades do futuro?

 Naturalmente, sem uma séria crítica do passado não há perspectiva possível para o futuro e vice-versa. Mas estamos certos de que a crítica do passado, especialmente do passado próximo, foi feita a fundo? Ou não foi com frequência desviada em revivals tão sugestivos quanto inconsequentes? Considerando sem opções preconcebidas toda a história recente da arquitetura, temos de reconhecer que a crítica cedeu com demasiada frequência à tese da estética idealista, para a qual a arte é um nível de valor e um grau de universalidade abaixo do qual nada existe, porque não existe arte boa e arte má, mas apenas a alternativa entre arte e não-arte. Otimismo demais. Houve arquitetos famosos que trabalharam para o Estado e não para a sociedade, destruíram a história autêntica por uma falsa história, excluíram o povo do centro das cidades que haviam dolorosamente arruinado. Houve e há arquitetos capazes ou incapazes, comprados pela alta e pela baixa especulação; constroem para o lucro dos proprietários, sem se preocupar com as pessoas que condenam a condições de vida indignas e com a cidade que condenam à morte. Tomemos Roma ou qualquer outra cidade italiana: qual é, em metros cúbicos, a porcentagem de má arquitetura em relação à boa? E por que continuar a julgar o valor arquitetônico de uma cidade pelos poucos monumentos remanescentes (mas ameaçados) do passado, quando sua qualidade histórica foi esmagada sob um extenso acúmulo de cimento? A condição das cidades que, em época industrial, viram o número de habitantes multiplicar-se por dez e por vinte, é quase desesperadora. Embora de maneira aproximativa e precária, os centros históricos estão relativamente conservados; mas, a seu redor, solidificou-se um imundo magma de construções que não deixou espaços para os serviços sociais e para o verde público. Aí moram, em objetiva condição de inferioridade, milhões de pessoas às quais só em abstrato é reconhecido (quando é reconhecido) o direito de cidadania. Muitas cidades europeias destruídas ou mutiladas pela guerra voltaram a crescer rapidamente e sem planos orgânicos; para andar depressa, foi dado sinal verde para especulação. Também depois disso, a especulação foi a verdadeira dona das cidades, com o favor de administrações políticas conservadoras e, ainda por cima, corruptas. Formou-se, assim, o enorme complexo patrimonial que, continuando a crescer a população, proporcionou e proporciona ganhos de agiotas aos ávidos proprietários. E não basta: ao drama das cidades que incham sem ter uma estrutura acrescenta-se, como está na lógica das coisas, a tragédia do interior que se esvazia, criando um problema rural não menos angustiante que o da cidade.

A relação sempre difícil entre as partes antigas ou velhas e as partes novas da cidade exasperou-se em incompatibilidade e rejeição. O irrefreável estrago das esculturas romanas expostas ao ar livre não é mais do que a ponta de um fenômeno que se está rapidamente estendendo. Em toda parte, o ar está poluído pelos gases de descarga dos automóveis e pelas exalações das instalações de calefação. Não há técnicas que permitam uma rápida restauração e que garantam, depois, a imunidades das obras. Em poucos anos, muitas cidades terão de escolher decididamente entre os automóveis e os monumentos. Trata-se, evidentemente, de uma escolha cultural que, por competência, cabe aos arquitetos, porque não se trata apenas de estabelecer obrigações e proibições, mas também de dar uma nova ordem à cidade. Não é este, porém, um problema que diz respeito apenas aos arqueólogos, aos historiadores da arte, ao mundo da cultura: também o negocismo mais desabusado precisa, para fazer sentir seu peso político, do prestígio histórico da cidade. Não conviria a ninguém destruir ou deixar os centros históricos se deteriorarem. Além do mais, o espaço que os negócios ganhariam não seria suficiente. É o que se vê em Paris, onde, depois de ter totalmente destruído Les Halles, não se soube como tapar o buraco; é o que se vê em Veneza, em cujo centro histórico se deixou intrinsecamente construir um banco, que lá está como um dromedário em uma sala de visitas.

 Seria cegueira imperdoável iludir-se de que é possível satisfazer duas condições aparentemente contraditórias com alguns retoques que tornem menos emaranhados e sufocantes o trânsito. Cada vez que tentaram, estragaram o contexto histórico sem melhorar a condição do movimento urbano. E, são obstante a crise energética, não é possível uma redução espontânea do tráfego automobilístico nas cidades. A única solução tecnicamente possível é da ordem cultural mais estrita: separar os centros de negócios dos centros históricos da maneira mais radical e no menor tempo possível. Mas é preciso efetuar a separação de forma que os dois núcleos permaneçam igualmente vitais, ainda que como dois ritmos diferentes de vida — os centros históricos não devem se tornar reservas como as dos peles vermelhas nas Montanhas Rochosas.

Não é apenas genericamente cultural, mas especificamente científico o problema da restauração dos monumentos e das velhas casas dos centros históricos. Porém, é bom nunca esquecer que as cidades são “bens culturais” em seu conjunto e que, portanto, é inútil sanear bairros antigos se não se cuida, ao mesmo tempo, de lhes restituir uma função que não seja artificiosa. Os critérios de restauração rigorosa e, ao mesmo tempo, de conservação da população que tradicionalmente habitava o centro histórico deram, em certos casos, um bom resultado, que, porém, seria muito difícil conseguir na cidade, onde não se conserva a antiga tradição artesanal e as pessoas tendem a abandonar os velhos centros para irem viver em horríveis periferias que consideram mais cômodas e modernas. Um grande problema cultural da arquitetura moderna, portanto, é a reanimação dos centros históricos, que não se podem condenar a uma existência puramente de museu. É claro, todavia, que tal reanimação só é concebível no âmbito de uma revisão e reforma de todo o complexo urbano: se os centros históricos podem morrer esmagados sob o peso das periferias, não é possível imaginar a recuperação do centro histórico sem o beneficiamento das periferias. O próprio conceito de centro histórico é confuso, viciado desde a origem. Para da pressuposição de que as diversas partes da cidade têm valores históricos diferentes; é ainda a velha distinção idealista de crônica e história, segundo a qual são a história as ações do príncipe e crônica as dos pobretões. A cidade é uma entidade histórica absolutamente unitária, e uma das grandes tarefas culturais dos arquitetos é resgatar as periferias de uma condição de inferioridade ou até mesmo de semicidadania. E isso só se pode conseguir estabelecendo em toda a cidade uma circulação cultural uniforme que a torne, realmente, um sistema de informação. Ora, na informação não podem existir diversos níveis qualitativos; e ainda não ficou demonstrado que a flagrante atualidade da notícia exclui qualquer possibilidade de juízo histórico. A cidade, como sistema da informação, não pode limitar-se a transmitir notícias características e publicitárias. É uma entidade política que deve transmitir o sentido do seu caráter político, e não vemos como possa fazê-lo se não justificar o seu caráter político com o seu caráter histórico. E como a história não é feita apenas de glória, também faz parte da história da cidade a gestão capitalista, não apenas negativa, mas também contraditória em relação a todas as tradições culturais urbanas: os crimes da especulação, o escândalo das casas sem gente e da gente sem casa, o caótico congestionamento do tráfego, a insuficiência dos serviços sociais e do verde, a escassa mobilidade da cidadania devido a dificuldade dos escritórios, a mediocridade cultural, etc. A grande tarefa cultural dos arquitetos, hoje, é a recuperação da cidade, e não importa que a cura da cidade doente seja, como programa, menos brilhante do que a invenção de novas cidades. Apenas através de uma rigorosa metodologia de terapia urbanística ainda se pode salvar a cidade como instituição histórica, sem comprometer sua atualidade de sistema de informação. A cidade, de resto, é o melhor aparato de mediação entre cultura de classe e cultura de massa, aquela que, mais do que qualquer outra coisa, poderá garantir o caráter intrinsecamente democrático de que será a nova estrutura — de massa— da sociedade e da cultura. Para que isso aconteça, é preciso que os arquitetos, na qualidade de técnicos especialistas da cidade, retomem o controle da sua gestão, das suas mudanças, dos seus desenvolvimentos. Não se pede, é claro, a exclusão dos políticos; ao contrário, o que se deseja é que sejam politizadas a metodologia e a técnica de projeto dos arquitetos, a fim de que a correção dos erros técnicos da arquitetura do passado recente seja, ao mesmo tempo, a correção dos erros políticos que causaram a decadência da cidade.

Giulio Carlo Argan
História da Arte como história da cidade
Ed. Martins Fontes