segunda-feira, 18 de abril de 2011

PIET MONDRIAN já tinha um passado como pintor figurativo quando,em 1911, em Paris,vê os cubistas e capta toda a imporância dessa mudança radical da construção e função da obra de arte.Em 1938, vai a Londres e, em 1940, a Nova York: Broadway boogie-woogie e Victory boogie-woogie assinalam uma última guinada em seu estilo,no sentido de um fracionamento e de uma aimação visual da planímetria do espaço pictórico.Visto que, desde jovem, Mondrian nutria interesses filosóficos e religiosos, pode-se dizer que empreende uma crítica ao cartesianismo cubista do ponto de vista rigorista de Spinoza.Mondrian escreveu muito,contudo, não escreveu nehuma teoria da arte, e que,por conseguinte, a obra de arte deve ter como estrutura própria uma essência teórica rigorosa.Para fazer uma pintura que tenha o rigor e a dignidade da ciência, Mondrian propõe transformar a superfície (emírica) em plano (entidade matemática). Subdividindo a superfície por meio de coordenadas verticais e horizontais, resolve numa " proporção"  métrica tudo o que, na natureza,apresenta-se como altura e largura.O postulado moral de Mondrian é “eliminar o trágico da vida”; e é trágico tudo o que provém do inconsciente, dos complexos de culpa ou de poder, de inferioridade ou superioridade. É trágico o que Mondrian chama de acrimônia, de “barroco moderno”: o Expressionismo, o Surrealismo, mas também a eterna alegria de viver de Matisse, as explosivas deformações de Picasso, o riso entre lágrimas de Chagall. O artista, para Mondrian não tem o direito de influenciar o próximo emotiva e sentimentalmente; se chega a descobrir uma verdade, tem o dever de demonstrar como chegou a isso; se pode demonstrá-lo, tem o dever de levar essa verdade ao conhecimento de todos, de facer com que possa ser utilizada na vida cívil da comunidade.

Arte Moderna,Argan,p409